Trezentas famílias realizaram hoje (08) o sonho da casa própria ao tomarem posse de seus apartamentos no Residencial Pinheiros, localizado na Rua Olaria do bairro Diamante, na região metropolitana do Barreiro, em Belo Horizonte (MG). A cerimônia foi presidida pelo ministro Patrus Ananias, do MDA, e contou com a participação do prefeito Márcio Lacerda, do superintendente regional da Caixa Econômica Federal, Ademir Losekann, representantes da delegacia estadual do MDA, da prefeitura e do governo de Minas Gerais, e mais de 1,2 mil pessoas, entre idosos, adultos e crianças que serão beneficiadas diretamente pelo empreendimento do programa Minha Casa, Minha Vida.
O evento ocorreu de forma simultânea em seis cidades, com um total de 4.452 unidades habitacionais, prédios de apartamentos e casas, entregues nos municípios de Balsa, no Maranhão, Canaã dos Carajás e Tailândia, no Pará, Jaciara, no Mato Grosso, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, onde a presidenta Dilma Rousseff entregou as chaves de uma unidade habitacional dos residenciais Mikonos e Santorini ao primeiro morador de rua beneficiado pelo programa. A estimativa é de que cerca de 17.800 pessoas passem a ocupar as novas residências.
Ao saudar a presidenta Dilma Rousseff, durante a transmissão ao vivo das cerimônias da entrega das casas, o ministro Patrus Ananias lembrou da importância histórica da região do Barreiros, em Belo Horizonte, onde se localiza o residencial Pinheiros, no combate à ditadura.
“Aqui foi um espaço de lutas libertárias, de resistência à ditadura e a opressão, nos anos 1970, 1980, e hoje estamos aqui, presidenta, entregando 300 apartamentos da maior dignidade, com mais de 45 metros quadrados, dois quartos, bem construídos. Visitamos alguns, mostrando que o programa Minha Casa, Minha Vida é seguramente o maior programa residencial de casa própria da história do Brasil e, como a senhora bem disse, o maior programa habitacional do mundo, considerando inclusive as proporções da população da brava gente brasileira”, afirmou.
O ministro Patrus Ananias , em seguida, apresentou à presidenta Dilma a família escolhida para receber simbolicamente as chaves dos apartamentos do residencial em nome das 300 famílias que morarão no residencial: “Aqui está a Wanessa da Silveira com seus três filhos, a Julia, o Pablo e a Pamela, ela é beneficiária do bolsa família, morava de favor com seus pais, e agora passa a ter sua casa própria, seu apartamento próprio, vai pagar de mensalidade 75 reais, então é com muita alegria que entrego, em nome da senhora, esta chave à Wanessa, representando as 300 famílias que aqui estão e que passarão a viver com dignidade neste residencial”, completou Patrus Ananias.
Outra família beneficiada é a de Eva Nely Machado Fagundes, 53 anos, casada com José Firmato Fagundes, vigilante, e que recebe cerca de R$1,6 mil, teto de renda familiar para o residencial Pinheiros, empreendimento da faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida, para famílias com renda de 0 a 3 salários mínimos.
Ela morava num barraco na invasão do Tirol, às margens do córrego Camarão, há 35 anos, com seu marido e seus pais. “Lá, estão fazendo obras do PAC, mas o esgoto corre a céu aberto. Eu nem sei dizer bem ao certo o que representa este apartamento para mim, é muita felicidade. Assim que falar que pode mudar, eu mudo pra cá, vou viver uma nova vida”, diz Nely.
O mais interessante é que ela vai ocupar o apartamento 204 do Bloco 2 do residencial Pinheiros, e seus pais, João Felipe Machado, 88 anos, e sua mãe, Maria Aparecida Machado, 80, vão morar no apartamento 104 do mesmo bloco. Aposentados, eles vieram de Pedra do Anta, município de Teixeira, onde ‘seu’ João era lavrador.
“Mas chegou um tempo que não dava mais, eu trabalhava na roça , de meia com um fazendeiro, mas ele não pagava quase nada, não é como hoje que tem que pagar o mínimo. Era uma ‘tutaméia’ só, não dava pra viver”. Seu João vai morar pela primeira vez num apartamento, está meio desconfiado, mas feliz e esperançoso: “Eu vou me acostumar, aqui é muito bom e quero agradecer a Deus esta oportunidade”. A única dúvida que ele tinha era se podia plantar algumas ‘coisinhas’ no gramado que cerca os blocos do residencial.