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Prestei homenagem hoje (30/11) na Câmara Federal a duas pessoas especiais, que contribuíram para o desenvolvimento de Belo Horizonte e das comunidades mais pobres, sendo exemplos de comportamento ético e moral, e que nos deixaram recentemente: Frei Cláudio Van Balen, da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, e ao ex-vereador Antônio Pinheiro.

Conheci Frei Cláudio nos anos 1970, logo após o meu desembarque definitivo em Belo Horizonte, vindo da minha terra natal, Bocaiuva (MG).

A Paróquia do Carmo, sob as lideranças proféticas de Frei Cláudio e de Frei Carlos Mesters, hoje com 90 anos e com quem estive recentemente, tornou-se uma referência nas nossas inquietações espirituais, um espaço de encontros, reflexões e ações contra a ditadura.

Vivíamos o despertar das comunidades eclesiais de base, dos círculos bíblicos, das pastorais comprometidas com a vida, com os empobrecidos, com a justiça social, com os valores e os procedimentos democráticos.

A amizade com Frei Cláudio estendeu-se através dos anos, nas décadas finais do século XX e nas décadas inaugurais do século XXI. Amizade que se tornou familiar. Vera e eu tivemos a alegria de tê-lo conosco em nossa casa, partilhando a mesa.
Acompanhamos, pessoalmente e através de seus livros e textos, a sua belíssima trajetória, sempre inspirada nos ensinamentos e exemplos de Jesus.

Frei Cláudio continuará vivo e presente nas nossas lembranças e corações. Continuará vivo, sobretudo, na nossa fidelidade aos sonhos e compromissos que inspiraram sua vida.

Conheci Antônio Pinheiro nas nossas andanças por Belo Horizonte, sempre na fidelidade aos compromissos com a vida, a democracia, a inclusão e a emancipação dos marginalizados e oprimidos.

Aprofundamos o nosso diálogo na convivência fraterna na Câmara Municipal de Belo Horizonte, na saudosa e fecunda legislatura de 1989-1992, quando fui relator da Lei Orgânica da capital mineira, e tive em Pinheiro mais do que um interlocutor, uma referência e um conselheiro.

Prefeito de Belo Horizonte, e Antônio Pinheiro reeleito vereador, mantivemos e aprofundamos o nosso diálogo sempre voltado para “os que têm fome e sede de justiça”, os preferidos de Jesus de Nazaré.

Quando entregamos o título de cidadão honorário a Dom Hélder Câmara, foi na casa fraterna e acolhedora de Antônio Pinheiro que reunimos alguns amigos e admiradores para um almoço de confraternização, com o inesquecível profeta da Igreja e do povo brasileiro.

Nossos sentimentos à família de Antônio Pinheiro e de maneira especial ao seu filho e amigo, o jornalista Chico Pinheiro.

O homem público Antônio Pereira e o religioso Frei Cláudio são exemplos de conduta ética, moral e de contribuição para o bem comum, que vão além das comunidades de Belo Horizonte. Importantes exemplos principalmente nesses tempos obscuros em que resistimos aos mais graves retrocessos impostos por este desgoverno Bolsonaro, que ameaçam o Estado Democrático de Direito, as políticas públicas que promovem a vida, a saúde, a educação, a assistência social, enfim, o bem-estar da população, especialmente o dos mais pobres, que se encontram ainda mais vulneráveis com a volta da fome e da miséria.

A eles, nosso agradecimento pelo exemplo de vida e de dedicação à luta pela justiça social e pela democracia.