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Quero, profundamente sensibilizado, agradecer às muitas, incontáveis manifestações de solidariedade que recebi decorrentes do falecimento de minha mãe. Essas manifestações aqueceram o meu coração.

Em face da morte de uma pessoa tão querida e presente em minha vida, vivencio a perda em dois níveis: no nível da razão ela é razoavelmente processada. Mamãe viveu 93 anos. Cumpriu bem a sua missão. Além da família numerosa, à qual dedicou sempre os melhores carinhos,personificando as atenções, abriu sempre as portas do seu coração e da sua casa aos irmãos, sobrinhos, parentes, amigos, a todas as pessoas, sem discriminações, sobretudo aos mais pobres.

A razão elabora a ruptura dolorosa. Diferente é a ressonância da perda no campo das emoções, dos sentimentos, do coração. Aí a dor é mais profunda, não permeada pelos elementos da racionalidade. É a dor da orfandade mesmo. É o esteio que nos falta, que nos faltará enquanto durar a nossa frágil existência.

A presença fraterna e afetuosa das amigas e amigos ajuda muito a processar este profundo, abismal sentimento de que algo muito importante em nós se rompeu para sempre.

Quero particularmente agradecer e me justificar com aquelas e aqueles que compareceram à missa de sétimo dia na Igreja da Boa Viagem, em Belo Horizonte, e sentiram minha falta. O dever me convocou em Brasília. Estive presente em intenção. O meu coração estava com vocês e acolheu as boas orações e energias.

Tenho comigo o compromisso de preservar o legado e a memória de mamãe. Ela ensinou-me a grande lição que me acompanha vida afora: “o pobre, o mendigo que bate à porta, é Jesus que está batendo”.

Abraço agradecido e afetuoso a todas e todos, amigas e amigos muito queridos.

PATRUS ANANIAS

“As pessoas não morrem, ficam encantadas”. Guimarães Rosa