O presidente de El Salvador, Salvador Sánchez Cerén, decidiu não reconhecer o governo que o presidente interino Michel Temer comanda no Brasil desde o dia 12.
“Tomamos a decisão de não reconhecer esse governo provisório, porque há uma manipulação política, e vamos mandar chamar nossa embaixadora para que volte ao país”, afirmou Sánchez Cerén em discurso num povoado próximo a San Salvador.
Sánchez disse que Dilma foi “suspensa e submetida a julgamento por algo que não se comprovou ser um crime. É uma manipulação política que aconteceu”.
Sexta-feira o governo venezuelano também convocou o embaixador em Brasília. Os governos de Cuba, da Bolívia, do Equador e da Nicarágua e ainda o secretário-geral da UNASUL, Ernesto Samper, qualificaram como golpe a instauração do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O Itamaraty repudiou essas críticas e acusou os críticos de propagarem falsidades.
Em nota, o Partido Social Democrata alemão afirmou que a “oposição brasileira abusou do instrumento do impeachment”.O Partido Socialista chileno também divulgou nota de solidariedade a Dilma, defendida igualmente pelo ex-presidente José Pepe Mujica, do Uruguai. Na Europa, o ex-primeiro-ministro da Itália Massimo D’Alema, do Partido Democrático, acusou uma “perseguição política da parte de um grupo de personagens indecentes”. Pascal Cherki, deputado e dirigente do Partido Socialista francês, classificou o impeachment como “golpe de estado”. Outro deputado do PS, Jean-Louis Gagnaire, denunciou que Dilma é vítima de uma “coalizão de parlamentares corrompidos”. Um artigo assinado no portal do PS por Maurice Braud, um dos secretários do partido, acusa a direita de querer desestabilizar o Brasil.