Mais cedo, antes da vergonhosa decisão dos deputados da CCJ de rejeitar o parecer favorável ao prosseguimento da denúncia contra Temer, após inúmeras trocas de deputados e de favores para garantir maioria favorável, o deputado Patrus discursou na Comissão, a favor do prosseguimento dessa denúncia muito bem fundamentada, com provas fartas:
“O fato concreto, que devemos considerar à luz do Direito vinculado à Política com P maiúsculo, é que o senhor Michel Temer está impossibilitado de governar o Brasil. O país está com um vácuo, um vazio na Presidência da República, porque o senhor que a ocupa hoje não faz outra coisa que não seja se defender das gravíssimas acusações que pesam contra ele.
Se, por um equívoco, esta Casa não acolher, nesta comissão e no plenário, a denúncia do senhor Procurador-Geral da República, nós estaremos nos colocando contra o povo brasileiro, porque hoje há um claro litígio entre o senhor Michel Temer e todos os níveis da sociedade brasileira – os movimentos sociais, as igrejas, os empresários efetivamente comprometidos com um projeto nacional, a juventude, as trabalhadoras e os trabalhadores. Michel Temer é um presidente que não pode aparecer em nenhum lugar do país porque não será bem recebido; que não tem mais nenhuma interlocução com nenhum segmento da sociedade brasileira.
Temos que considerar que, enquanto o senhor Temer estiver no poder, o Brasil estará sangrando nas mãos de um senhor que ocupa ilegitimamente a Presidência da República e que não tem nenhuma interlocução com o país. E nós sabemos que, pelo menos, mais duas denúncias já estão a caminho. Então, nós estaremos com o país paralisado, com o país absolutamente impossibilitado de desenvolver as suas potencialidades. Nós estaremos vivendo uma crise política, econômica, social – que já é gravíssima, com 14 milhões de desempregadas e desempregados -, uma crise ética, moral, uma crise das instituições.
Então, a nossa expectativa e o nosso desejo, em nome da pátria brasileira, é que esta comissão e o plenário da Câmara se coloquem em sintonia com o povo brasileiro.”