Os indígenas foram os primeiros
habitantes deste país, e durante séculos foram perseguidos, escravizados e
dizimados por uma “civilização” genocida e cruel. Causa-nos tristeza e
indignação ver que ainda hoje eles lutam para manter suas tradições e suas terras,
e mais do que isso, lutam pela sobrevivência, pela vida!
O país tem uma dívida histórica
com os povos originários, assim como com os negros, cuja cultura se mistura com
a própria identidade brasileira. A nação reconheceu essa dívida e garantiu, na
Constituição, em seu artigo Art. 231, o direito dos indígenas à “sua
organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos
originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União
demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”.
Demarcar e proteger os
territórios indígenas é reconhecer a relação que eles têm com a terra, com a
natureza, com o meio ambiente, e a importância do seu legado para a nossa
sociedade.
Nos últimos anos, a sanha sobre
os territórios indígenas lembra os piores momentos da nossa colonização. Um retrocesso
capitaneado pela gestão Bolsonaro, que agiu deliberadamente para abrir as
terras indígenas aos invasores, madeireiros, mineradores, pescadores ilegais e
garimpeiros, o que causou sérios impactos ambientais e mortes, como estamos
vendo na tragédia dos Yanomami. São mais de 20 mil garimpeiros atuando
ilegalmente no território, número próximo ao dos indígenas que vivem ali –
cerca de 28 mil.
O governo Bolsonaro não cumpriu
sucessivas decisões que determinaram a retirada dos garimpeiros e outros invasores
das terras indígenas, inclusive Yamomami. Além disso, foi omisso no atendimento
à saúde e na fiscalização. No Congresso, apresentou proposições, ainda em
tramitação, que preveem a abertura das terras indígenas para grandes
empresários e mineradores.
Agora, o governo Lula se empenha
para reverter esse quadro. Ações emergenciais de socorro estão sendo tomadas
para proteger e salvar as vidas dos indígenas. Em outra frente, a Polícia
Federal abriu inquérito determinado pelo Ministério da Justiça e Segurança
Pública para apurar o crime de genocídio.
As imagens das crianças indígenas
em pele e osso não podem ser esquecidas. Elas nos lembram também dos 33 milhões
de brasileiros e brasileiras que sofrem pela fome e a desnutrição, resultado
também do desmonte promovido pelo último governo.
Sim, genocídio é o nome disso
tudo.