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Recebi com atraso a notícia do falecimento de Dona Maroquinhas – Maria do Carmo de Assis Pires. Foi minha professora no primeiro ano primário, em 1959, no Grupo Escolar Coronel Fulgêncio, de Bocaiúva (MG).

Com ela aprendi a ler, escrever e fazer contas. Despertou em mim o gosto pela leitura e pela política. Nos últimos minutos da aula lia histórias e estórias para nós, meninas e meninos de 7 anos. Algumas eram histórias políticas como aquelas que falavam do Marechal Rondon nas suas andanças pelos sertões brasileiros e amorosa relação com os índios – “morrer se preciso for, matar nunca” – e da infância do menino Juscelino Kubitschek em Diamantina.

Certa vez elevou minha autoestima; brava e enérgica pediu meu caderno de redação. Inseguro, obedeci. Ela passou as páginas, fixou-se em uma das redações e mostrou a uma outra professora com a declaração que até hoje aquece meu coração: leia e veja se não parece escrita por um aluno do 4º ano.

Ensinou o caminho do estudo e do saber para gerações e gerações de bocaiuvenses. Era uma daquelas professoras que encantavam o grande poeta e escritor Bartolomeu Campos Queirós.

Dois de seus filhos casaram-se com duas irmãs minhas. Seus netos e bisnetos são meus sobrinhos. Escolhi, menino ainda, como padrinho de crisma, o saudoso Padrinho Otaviano, companheiro de vida de Dona Maroquinhas. Assim, os nossos caminhos se encontraram e nunca mais se apartaram. Dona Maroquinhas e Padrinho Otaviano, os filhos Ernane e Adelson, que partiram mais cedo, estão sempre presentes no meu coração.

Saudades e esperanças.

Patrus Ananias
Setembro de 2015