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Depois de um longo processo de reflexão sobre a Reforma Política em discussão atualmente na Câmara dos Deputados, decidi votar contra a Reforma na forma como está proposta.

Considero que precisamos de uma Reforma Política ampla. Mas uma reforma verdadeira, que passe pela democracia participativa, pela participação popular. Que incentive o orçamento participativo, instrumento essencial para diminuir a corrupção e permitir maior transparência pública.

Porém, considero que a atual proposta de Reforma Política foi totalmente descaracterizada principalmente por dois pontos.

Respeito a posição contrária, mas considero que o “Distritão” irá fragilizar ainda mais o sistema partidário e a representação política, deixando completamente de lado qualquer ligação com os partidos e seus diferentes projetos para o país.

Também sempre considerei válida a perspectiva de um financiamento público de campanha, que evita as grandes distorções trazidas pelo financiamento privado e empresarial. Mas esse financiamento público deveria ser discutido com a sociedade, não imposto na forma de um valor inaceitável em um momento no qual devemos dar sinais de austeridade e de modéstia.

Estão tirando pessoas do Bolsa Família, cortando o salário mínimo, cortando verbas da saúde e deixando as universidades à míngua. Não se pode aprovar um valor absurdo para o financiamento de campanha ou deixar que o próprio Congresso decida qual será o valor para as próximas eleições.

Por isso, depois de muita reflexão e baseado nos valores que sempre pautaram minhas décadas de trabalho – austeridade, prestação de contas e modéstia na vida pública – decido meu voto contra a Reforma Política na forma atual, reconhecendo que existe a necessidade de uma reforma ainda mais verdadeira e profunda para resgatar a democracia participativa em nosso país.