O deputado Patrus Ananias enviou requerimento ao ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, em busca de esclarecimentos sobre critérios de armazenamento de material radioativo.
A iniciativa foi uma resposta à denúncia feita por liderança do município de
Caldas, Sul de Minas Gerais, em audiência pública na Comissão de Minas e
Energia da Câmara dos Deputados (24.11), que debateu os riscos do armazenamento
de material radioativo na unidade da INB – Indústrias Nucleares do Brasil de
Caldas, e a transferência de novo volume de rejeitos nucleares para o município
Segundo lideranças locais, entre elas o Mandato Movimento Vereador Daniel Tygel
(PT), o município já enfrenta graves problemas decorrentes do armazenamento do
lixo radioativo, como o monitoramento do gigantesco passivo ambiental oriundo
da mineração de urânio em Caldas e as mais de 12 mil toneladas de rejeitos
radioativos, da Usina Santo Amaro (USAM), transportadas para Caldas sem
licenciamento ambiental, na década de 90. Parte desse material, 1.300 toneladas,
foi lançada na barragem de rejeitos que, por pelo menos uma vez, lançou suas
águas contaminadas nos rios Soberbo e Ribeirão das Antas, colocando em risco a
saúde da população.
Mas o temor do momento diz respeito ao despacho de 1150 toneladas de rejeitos
radioativos, da unidade INB de Interlagos/SP, que devem ser enviadas para o INB
de Caldas, por despacho do Ministério Público Federal de São Paulo (MPF/SP).
Para o vereador, Caldas não pode se tornar “um Lixão Nuclear do Brasil,
colocando em risco as vidas de centenas de milhares de pessoas ao longo dos
rios Mogi e Pardo”.