Funcionários, ex-funcionários, dirigentes e ex-dirigentes do Ministério do Desenvolvimento Agrário, à frente o deputado federal e ex-ministro Patrus Ananias, protestaram nesta manhã, em abraçaço, contra a extinção daquele ministério imposta ao país pelo presidente interino Michel Temer – e também contra outras medidas anunciadas ou já adotadas pelo governo provisório.
Em declaração ao portal Brasil de Fato, o dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Alexandre Conceição, afirmou que o cenário atual pede uma maior atuação dos movimentos em favor das demandas sociais. “Eles duvidam da nossa capacidade de lutar e resistir, mas este governo Temer não terá um dia de paz”, assegurou, acrescentando que o MST pretende intensificar as ocupações a partir de agora e que por isso já está acampado em fazenda do interior de São Paulo ligada a Temer.
“Essa extinção foi uma decisão cruel e mostra nada mais do que a essência deste novo governo – golpista, machista, racista e fascista. Acho que agora os movimentos podem esperar o pior em termos de reconhecimento e de pautas da reforma agrária”, acredita Maria Fernanda Coelho, que ocupava o cargo de secretária-executiva do MDA.
União da esquerda
Os manifestantes presentes no “abraçaço” acreditam que o novo governo e a atual turbulência política podem sintonizar melhor os grupos de esquerda.
O servidor do MDA José Augusto de Freitas considera que a nova composição ministerial anunciada por Temer aponta para uma maior criminalização dos movimentos, o que pede uma mobilização mais efetiva e permanente. “Já estão abrindo CPI da UNE, vão querer abrir CPI da CUT e outras mais, por isso temos que estar organizados, preparados e altivos para enfrentar a mídia golpista, a parcela reacionária do Judiciário e do Congresso, e para defender a democracia e as conquistas sociais dos últimos 13 anos”, afirma.