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Proposta foi viabilizada por meio de emenda parlamentar do deputado Patrus Ananias, em articulação com o mandato do vereador Pedro Patrus

Em fevereiro foi dado mais um passo para a implantação do Projeto Sem Folha, não tem Orixá: Povos de Axé, Agroecologia e Cultura Alimentar. No encontro (12.02), que reuniu representantes da organização não governamental Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas (REDE) e de quatro Unidades Territoriais Tradicionais (UTTs) de matriz africana (terreiros) de Belo Horizonte – Nzo Atim Kitalodé, Ilê Wopo Olojukan, Nzo Jindanji Lunda Kioko e Casa Pai Jacó do Oriente – foram reapresentadas as linhas gerais, metas e objetivos da proposta.

Construído de forma coletiva por integrantes da ONG e lideranças das UTTs, o projeto prevê a implantação de sistemas produtivos – criação de pequenos animais, produção de folhas, plantas medicinais e plantas sagradas; atividades educativas – oito oficinas, com a metodologia de Educação Popular de Paulo Freire, em cada território tradicional sobre agroecologia, segurança alimentar, saberes ancestrais e cultura alimentar; criação de uma rede de circulação, trocas e comercialização de alimentos e folhas com destaque para a agricultura familiar urbana; documentação de todo o processo com a produção de quatro curtas-metragens.

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“Será um fio condutor único para dar visibilidade à cultura alimentar dos terreiros”, explica o coordenador do projeto e integrante da coordenação executiva da REDE, Marcos Jota. Ele informa que as primeiras visitas foram feitas em maio de 2020 para levantar a realidade de cada território tradicional e fundamentar a parte técnica da proposta. Novas visitas foram feitas em fevereiro deste ano e os próximos passos são construir o cronograma, realizar a compra de equipamentos e material e implantação das estruturas. Já as atividades educativas ficam para o segundo semestre.

“O que está no projeto é demanda deles, nosso desafio agora é convergir atividades de mobilização, educação popular e gestão nos quatros territórios, respeitadas suas diversidades e especificidades”, avalia Marcos Jota. A gestão, assim como a construção do projeto, é baseada no diálogo. O projeto será encerrando por um encontro de todos os participantes, em maio de 2022.

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“Será uma experiência de protagonismo e verdadeiro impacto social para a vida das pessoas. Neste momento, em um modelo reduzido, mas que pode e certamente irá inspirar políticas públicas populares, que ajudem na construção e na reflexão acerca da soberania do povo brasileiro”, comenta o assessor do deputado Patrus Ananias, Maicon Chaves, também presente à reunião.

Mandato apoia povos de matriz africana

O projeto foi viabilizado por meio de articulação, entre os mandatos do deputado Patrus Ananias e do mandato de Pedro Patrus, vereador de Belo Horizonte no período de 2012 a 2020. A parceria destinou R$ 300 mil, recurso de emenda parlamentar. O compromisso dos parlamentares com a segurança alimentar, integrada com ações da assistência social foi reafirmado em reunião (2018) com representantes dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana.

Em 2019, também em articulação com o mandato de Pedro Patrus, o deputado federal Patrus Ananias direcionou emenda parlamentar para a Subsecretaria de Direito e Cidadania (PBH), para viabilizar programas e ações da Diretoria de Promoção da Igualdade Racial.

Secretário-geral da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, o deputado Patrus Ananias ressalta a importância das tradições culturais e saberes ancestrais na construção da soberania popular. “Fundamental à soberania e ao projeto nacional brasileiro que aprendamos cada vez mais a respeitar as diferenças. Somos um país multirracial, multiétnico, multicultural. O encontro e a integração de etnias e culturas não nos dispensa de respeitar, como parte integrante de nossa soberania popular, os povos e comunidades – os povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais – que, partilhando a comunhão nacional, querem preservar as suas tradições, culturas, costumes, línguas, territórios, valores e procedimentos comunitários, relações com a natureza. Essa diversidade cultural nos constitui e constitui a essência da nossa soberania que se manifestou no alvorecer da nossa nacionalidade na expulsão dos holandeses em meados do século XVII”, analisa o parlamentar.

Ainda em 2019, no dia 29 de junho, foi lançada, na Câmara Municipal de BH, a Frente Parlamentar em Defesa dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, coordenada por Pedro Patrus, em parceria com companheiros do PT, PSOL e PCdoB. Na mesma data foi realizado o Seminário das Culturas Tradicionais Africanas – A Herança de um Continente Diverso.

Na abertura do seminário, além de reconhecer de maneira inequívoca os laços históricos e culturais entre Brasil e África, Patrus Ananias sublinhou a importância de unir esforços. “As lutas dos Povos Tradicionais devem se integrar a outras lutas, LGBT, Juventude, Mulheres e Idosos na perspectiva de uma sociedade mais justa e fraterna, que assegure a todas às pessoas, sem discriminação, os mesmos direitos e oportunidades a todas as pessoas”, declarou.

O deputado também é signatário da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Povos e Comunidades Tradicionais com Participação Popular da Câmara dos Deputados, criada em 20 de dezembro de 2019.