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Há dois anos é assim: todos os dias o governo dos golpistas entrega partes do patrimônio brasileiro, da soberania nacional.

A quinta-feira, 19, foi exemplar. Num só dia o chefe do governo decretou a entrega da Eletrobras e o presidente da Petrobras anunciou a venda de quatro refinarias.

Alargando amplamente o caminho de favorecimentos e de privilégios ao setor privado, sobretudo ao capital internacional, o decreto assinado por Michel Temer inclui a Eletrobras no Programa de Desestatização.

Essa iniciativa fere o interesse nacional, ameaça a soberania do país e agride o Congresso, onde uma Comissão Especial começou recentemente a discutir uma proposta de privatização daquela empresa e, de resto, de todo o setor elétrico.

Reafirmo o que tenho dito na comissão da Câmara, em que participo da representação do PT: ao privatizar o setor elétrico, o governo está entregando as nossas águas e tornará a energia mais cara para todo o povo brasileiro. É disso que se trata. E se trata, também, de mais um desdobramento do golpe de 2016. Estamos vendo, de um lado, o desmonte dos direitos sociais; e vemos, de outro lado, com a privatização da Petrobras, com a entrega do pré-sal, com a privatização das nossas águas, a entrega das riquezas, do patrimônio e da soberania brasileira.

É assustador que algumas lideranças, no Brasil, exponham a crença de que os estrangeiros investem aqui porque são bonzinhos. Isso não é verdade. Os estrangeiros vêm para ganhar dinheiro, acumular lucros e sair daqui quando essa saída se tornar conveniente aos interesses deles.

Impõe-se, portanto, cada dia mais, considerar o interesse nacional como questão fundamental quando discutimos a privatização da Eletrobras.

Patrus Ananias
Deputado federal PT-MG

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