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Em 2019, Projeto Democracia na Laje teve duas edições

Oficina de pintura acrílica aconteceu durante um mês na Casa Hip Hop
Oficina de pintura acrílica aconteceu durante um mês na Casa Hip Hop

O lançamento da primeira edição do Projeto Democracia na Laje foi no dia 5 de outubro na Casa do Hip Hop do Taquaril, importante marco cultural e político da comunidade localizada na zona leste de BH e considerada uma das maiores periferias da cidade.

Nas Quebradas do Taquaril provocou meninos e meninas a desenvolverem um novo olhar sobre o território. Durante o mês de setembro de 2019, os jovens participaram de oficina de pintura, com o oficineiro, artista plástico autodidata e morador, Lucas Alfa.

As telas foram objeto de reflexão e debate em roda de conversa, mediada pelo psicanalista Hugo Bento, com a participação de pais e responsáveis e do rapper Blitz, um dos fundadores da Casa Hip Hop.

“Fiquei feliz em participar da roda de conversa com os jovens, familiares e educadores sociais. Pude comprovar a beleza do lugar, vista pelos próprios autores. Minha história com o Taquaril é antiga, não é a primeira vez que venho aqui e quero voltar mais. E dentro das possibilidades do mandato, e falo em nome do vereador Pedro Patrus também, reafirmamos nosso compromisso com a cultura como desenvolvedora das potencialidades humanas”, disse o deputado Patrus Ananias.

Nas Quebradas do Taquaril Patrus fala

Paredão da Cultura na PPL

A segunda edição foi realizada em 14 de dezembro na Pedreira Prado Lopes, região Noroeste de BH e a mais antiga favela de Belo Horizonte, e reuniu líderes comunitários e religiosos, artistas, mães e jovens, na rua João Carvalhais de Paiva.

A proposta, construída em parceria com a comunidade, tomou o nome de Paredão da Cultura, e a ideia é discutir identidades e garantia de direitos humanos de jovens, mulheres, LGBT e negros, moradores do aglomerado Pedreira Prado Lopes. Ao mesmo tempo, transformar o local em espaço permanente para manifestações artísticas e políticas da comunidade.

As dificuldades de acesso às políticas públicas, especialmente na área cultural, o crescente número de pessoas em situação de rua, a discriminação sofrida pela comunidade da PPL e a especulação imobiliária foram os temas que dominaram a roda de conversa, primeira atividade do Paredão da Cultura.

Com o título “Respeita as mina, as mona e os mano”, temática escolhida pelos moradores da Pedreira, a roda de conversa permitiu reconhecer o território como espaço de inclusão. “O Leão sempre acolheu o público LGBT, basta dizer que tudo começou com o desfile e brincadeiras de carnaval com os homens vestidos de mulheres”, comentou o presidente do mais antigo bloco de carnaval de BH, Jairo Nascimento Moreira. 

Assim como outros moradores presentes, Jairo teme que os chamados projetos de revitalização da Lagoinha, que não escutam e não traduzem os sentimentos e desejos da comunidade, sirvam à especulação imobiliária. “Há projetos em curso, que abordam a questão cultural e patrimonial, mas não os conhecemos”, disse.

“A Lagoinha é a menina dos olhos, todos os caminhos de Belo Horizonte começam aqui, na Praça Vaz de Melo”, enfatizou o zelador da Casa de Caridade do Pai Jacob do Oriente, Ricardo Moura, ou Pai Ricardo, como é conhecido. “A gente requisita o que é direito nosso, tem gente usando a nossa história e eles vão forçar a gente a migrar da Lagoinha”, disse Pai Ricardo, traduzindo a angústia comum a todos. Pai Ricardo dirige a Casa, que há 60 anos resiste por meio da prática de tradições religiosas e culturais, heranças africanas, além de intermediar conflitos e assistir os mais vulneráveis com remédios e alimentação.

Algumas conquistas da comunidade também foram relatadas. A criação, em setembro, do Comitê Colegiado e Patrimonial da Lagoinha. “Estamos finalizando o estatuto”, informou Jairo. E ainda a proposta, no momento em análise pelo Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), de tombamento de O Leão da Lagoinha, como patrimônio cultural imaterial, pode gerar bons resultados.

Para o vereador Pedro Patrus, também presente no lançamento, o caminho já percorrido pela comunidade, a recente criação do Colegiado, está correto. “Este coletivo pode fazer mais, estabelecer uma rede de parcerias, inclusive registro meu compromisso e do mandato do deputado Patrus Ananias, em contribuir neste processo. “, disse o vereador. “A Lagoinha é uma região nobre, tem muita gente interessada. Sabemos que é a especulação imobiliária que manda na cidade, mas não podemos permitir o isolamento da Pedreira. A PPL e a Lagoinha são uma coisa só”, concluiu o vereador.

“A Lagoinha é uma região nobre, tem muita gente interessada”, disse o vereador Pedro Patrus.
“A Lagoinha é uma região nobre, tem muita gente interessada”, disse o vereador Pedro Patrus.

Além das atividades desenvolvidas no dia 14 de dezembro, a proposta inclui a realização de novas atividades culturais, de caráter permanente, no local e para colocar em prática, após a roda de conversa, foi tirada uma comissão para dar sequência aos trabalhos.

O projeto Democracia na Laje veio para mobilizar e promover a formação política em Periferias de BH e é uma iniciativa conjunta dos mandatos do deputado Patrus Ananias e do vereador Pedro Patrus.