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Denúncia foi feita por associação de colaboradores da Ceitec

Trabalhadores tem realizado protestos contra extinção da Ceitec. Foto: Marcus Perez/CUT
Foto: Marcus Perez/CUT

O deputado Patrus Ananias (PT-MG), secretário-geral da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, se reuniu ontem (31.08) com representantes da Associação dos Colaboradores da CEITEC (ACCEITEC), que pediram apoio ao movimento para garantir que a empresa não seja extinta.

A CEITEC tem importância econômica e estratégica para o Brasil.  A empresa pública fabrica produtos de alta tecnologia para as áreas de logística, saúde, agronegócio, segurança e soberania nacional, como semicondutores, chips, etiquetas eletrônicas e sensores. É a única empresa no Brasil e na América Latina a atuar no projeto e fabricação de circuitos integrados, chips, e com o propósito de alavancar a cadeia produtiva de eletrônica do país. A empresa está sediada em Porto Alegre (RS).

Os profissionais da empresa relataram que já existem dois estudos do governo indicando a extinção do Ceitec, concluídos em junho e julho: um parecer do Conselho do Programa de Parcerias e Investimentos (CPPI) e o outro do conselho ministerial do qual fazem parte integrantes do Ministério da Economia e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e que está sendo alvo de questionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU).

“O Brasil ainda é dependente de circuitos integrados importados e, a partir de dados baseados em uma análise simplista e equivocada de fluxo de caixa e do próprio papel da CEITEC na consolidação da política nacional de semicondutores, desejam extinguir a empresa”, disse Júlio Leão, engenheiro de inovação, porta-voz da ACCEITEC.

A indústria mundial de semicondutores tem tido um crescimento na ordem de 17% ao ano nas últimas duas décadas, movimentando cerca de US$ 400 bilhões anualmente.  “É inegável a importância deste setor para o desenvolvimento, a competitividade e a soberania de qualquer país atualmente”, afirmou Leão.

A ACCEITEC destaca que 57% de seus colaboradores são pós-graduados, percentual ainda mais alto que o da Embrapa, 48%. Em propriedade intelectual a CEITEC desenvolveu 42 patentes no Brasil, duas nos EUA e uma na Europa. “Se o governo fechar a empresa, além do retrocesso na produção de alta tecnologia, de 30 a 40 profissionais altamente qualificados deixarão o país. A formação desses profissionais significa investimento para 10 anos e recursos da ordem de R$ 500 mil para a formação com doutorado”.

O deputado Patrus Ananias manifestou seu compromisso na defesa do patrimônio público e reiterou a importância estratégica da Ceitec para a soberania do país – o domínio nacional na produção e aplicação de novas tecnologias. O parlamentar encaminhou os documentos e informações da ACCEITEC aos deputados e senadores da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, no sentido de assegurar a existência da empresa, a continuidade dos trabalhos de estruturação da cadeia produtiva de circuitos integrados e a permanência de profissionais altamente qualificados no país.