“Nós somos realmente um país independente do ponto de vista econômico, das relações internacionais, das relações com os Estados Unidos?”, questionou deputado Patrus Ananias (PT-MG), hoje (24.03), durante o Seminário Resistência, Travessia e Esperança – Defesa da Soberania Nacional. O deputado lembrou a celebração este ano do bicentenário da Independência do Brasil e do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, movimento que considera “ter aberto as portas para a nossa independência cultural”.
O Seminário é organizado pelas bancadas do PT na Câmara e no Senado, Partido dos Trabalhadores, Instituto Lula e Fundação Perseu Abramo e coordenado pelos deputados Patrus Ananias (PT-MG) e Carlos Zarattini (PT-SP).
Secretário-geral da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania nacional, Patrus Ananias destacou que “estamos vendo a subalternização do nosso país, na medida em que estamos tendo que retomar a ideia da nossa soberania como projeto nacional”. Ele enfatizou a afirmação da soberania do Brasil nos governos Lula e Dilma. “Hoje houve um retrocesso lamentável. Está havendo retrocessos em todas as outras frentes, a privatização das empresas pública, o desmonte das políticas públicas, e tudo isso tem a ver com a soberania nacional”.
A afirmação da soberania nacional, na perspectiva de um projeto nacional para atender as gerações presentes e as futuras, foi outro ponto destacado por Patrus Ananias, além da defesa da democracia e dos direitos fundamentais dos cidadãos.
Ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do Desenvolvimento Agrário, nos governos Lula e Dilma, o deputado destacou os três pilares da soberania do país: a soberania alimentar, energética e a defesa nacional.
A segurança alimentar foi enfatizada pelo deputado como compromisso com a vida e o bem comum, pressupondo alimentação saudável. “Nos nossos governos, lula, Dilma, nós retiramos o Brasil do Mapa da Fome. Infelizmente voltamos pelos descuidos de um desgoverno que não tem nenhum compromisso com a soberania nacional como projeto nacional e com a vida do nosso povo”. “Destaco as três refeições diárias que fala com consistência o nosso grande e querido presidente Lula, a nossa liderança maior e a nossa esperança de que volte a bem governar o nosso país, para retomarmos o caminho da esperança”, completou.
A soberania alimentar foi lembrada pelo deputado como uma questão estratégica de assegurar reservas de alimentos para enfrentar situações emergenciais climáticas e de guerras, como está ocorrendo na Rússia e na Ucrânia.
Sobre o segundo pilar da soberania, a soberania energética, Patrus Ananias destacou a privatização da Eletrobras como grande ameaça à segurança do país e ao bem-estar da população, por significar “a privatização das nossas águas”.
“Pensar um projeto de Nação, a soberania, a vida das pessoas, a justiça social, é tarefa do Estado, do Estado Democrático de Direito que organiza o país em função dos desafios presentes e futuros e em sintonia com a sociedade”, apontou o deputado.
Sobre o terceiro pilar da soberania, a defesa nacional, Patrus Ananias destacou que a importância da reflexão, do debate sobre o papel das Forças Armadas “comprometidas com o nosso país, com o nosso projeto de nação, e em sintonia afetiva com o povo brasileiro”.
Patrus Ananias chamou a atenção sobre as consequências da tragédia da guerra no Leste Europeu e comprometimento do processo de globalização que pode indicar a volta do estado nacional. “O país que não cuidar de si, das suas riquezas e direcioná-las corretamente, não cuidar do seu povo através de rigorosas políticas públicas, colocando os três pilares que mencionamos, pode ficar totalmente a margem do processo histórico”, concluiu.
Participaram do dabate: senador Jaques Wagner – Presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado; embaixador Samuel Pinheiro Guimarães Neto; Renato Maluf – ex presidente do Consea; Fabíola Latino Antezana – membro do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE);
Deyvid Souza Bacelar da Silva – coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros; Ana Penido – pesquisadora do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social e do Grupo de Estudos em Defesa e Segurança Internacional GDES/Unesp.