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O aumento dramático, trágico, do número de pessoas, de famílias inteiras em situação de rua é mais um dos dramas que vivemos com este desgoverno. Fico com o coração muito dolorido ao ver na vizinhança a situação dessas pessoas, que não podem voltar para casa ao final do dia.

Para o atendimento a essas pessoas, é preciso um trabalho que envolva setores governamentais e movimentos sociais em duas dimensões: uma, humanitária e amorosa, que leva em consideração a reconstrução da dignidade e da consciência. Essas pessoas ficam extremamente expostas e vulneráveis; vivenciam o alcoolismo, as drogas, a desnutrição, a fome implacável! Também o cuidado e o respeito aos seus pertences. Essas já têm tão pouco ou nada e ainda retiram delas o pouco que têm – suas cobertas, suas roupas, sua barraquinha. Muitas vezes o que resta é tão somente a pessoa ali, em condições precárias, “sem ter nunca um cantinho de seu para descansar”, como cantou de Lupicínio Rodriguez, em “Vingança”.

Além desse cuidado especial, buscando estratégias de acolhimento, atendimento e humanização, precisamos ser categóricos em afirmar que a rua não é lugar para se morar. Dizer que as pessoas estão em situação de rua significa reafirmar especialmente a nossa luta pela moradia, e moradia digna!

A segunda dimensão tem um alcance mais amplo: tudo isso está acontecendo em decorrência das políticas que estão sendo implementadas – ou que não estão sendo implementadas. O governo que temos hoje, além de perverso, é um governo comprometido com a morte, com a violência, com a intolerância, com o sectarismo; um governo que fere direitos e desmonta as políticas públicas, e está a serviço dos interesses econômicos dos ricos e do grande capital.

É preciso enfrentar o bolsonarismo, mas também o ideário neoliberal, a ideia do Estado Mínimo, que é a defesa do interesse do mercado. Temos que viabilizar um projeto digno e decente de nação, onde todas as pessoas – sem excluir ninguém – possam viver com dignidade.