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O deputado Patrus Ananias (PT-MG), secretário-geral da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, protocolou o Requerimento de Informação 30 na Mesa Câmara, no qual solicita ao ministro da Economia, Paulo Guedes, informações sobre comunicado da direção do Banco do Brasil de fechamento de 361 unidades do BB, sendo 112 agências, sete escritórios e 242 postos de atendimento. O comunicado anuncia ainda a reestruturação do quadro funcional, prevendo programa de demissão voluntária para 5 mil funcionários. Além do deputado Patrus Ananias, assinam o RIC 30 os deputados João Daniel (PT-SE), Érika Kokay (PT-DF), Zé Carlos (PT-MA).

“Esta ação tem o objetivo de atender a um plano do governo federal de se desfazer do patrimônio público, na perspectiva do seu programa de privatização” denunciam os parlamentares petistas. Reiteram no requerimento a insegurança dessas medidas para os funcionários do BB, considerando que a medida “vem em meio ao agravamento da maior crise sanitária e econômica vivida pelo país, causando tensões pessoais e nas próprias famílias, dada a urgência com que são conclamados a tomar uma decisão”.

Os parlamentares solicitam ao ministro Paulo Guedes a proposta e os reais objetivos da reestruturação do Banco do Brasil além do estudo que fundamentou a proposição; o número de funcionários que serão demitidos e qual o reflexo social e econômico dessa medida sobre os trabalhadores e suas famílias; o cronograma efetivo com que essas mudanças se darão e como serão administrados os reflexos da decisão nas previdências, Previ e Cassi.

Ao lembrar a função social do BB, os parlamentares destacam as dificuldades que a população das cidades mais distantes enfrenta e também como os produtores poderão ter acesso às carteiras de crédito rural, nas localidades em que as agências venham a ser fechadas. “A pressa estabelecida no comunicado, para satisfazer em curto prazo às demandas do mercado, vão na contramão do papel histórico e institucional do Banco do Brasil na economia brasileira, sobretudo em situações de estagnação econômica e de desafios para a retomada do desenvolvimento”, denunciam.

“O Banco do Brasil cumpriu e, a despeito da operação desmonte desencadeada pelo atual governo, ainda cumpre e pode cumprir cada vez mais no futuro um papel fundamental no desenvolvimento da agricultura brasileira. Aportou recursos para pequenos e médios produtores rurais, para o desenvolvimento da agricultura familiar. Foi essencial para implantarmos e expandirmos nos nossos governos o Programa de Aquisição de Alimentos da agricultura familiar (PAA) e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O Banco do Brasil, fiel ao seu nome, e sempre considerando nas suas operações os superiores interesses do povo brasileiro, ajudou assim a retirarmos o Brasil do mapa da fome”, afirma o deputado Patrus Ananias.

Funcionários mantêm estado de greve
A medida do governo de reestruturação do Banco do Brasil é alvo de ações em todo país, ajuizadas pelos sindicatos dos bancários.

Na plenária estadual realizada na quinta-feira (11.02), funcionários do Banco do Brasil em Minas Gerais debateram sobre as estratégias de luta contra o Plano de Reestruturação.

Segundo reportagem do site do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região, após várias tentativas de negociação com o banco, inclusive buscando a intermediação do Ministério Público do Trabalho (MPT), a Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB) e o Comando Nacional dos Bancários convocaram as plenárias em todo o país.

“Após as discussões, foi mantido o Estado de Greve e novas paralisações serão marcadas. A partir dos debates nessas plenárias, será traçado também um calendário de lutas”. A categoria reivindica a anulação da desgratificação dos caixas, reclassificação dos dias de paralisação, e o não fechamento de agências pelo BB.

“O Banco do Brasil desrespeita clientes e funcionários com esse desmonte e a intransigência em não querer negociar. Entraremos com as ações judiciais cabíveis, mas temos que ir para a luta. Só nossa mobilização poderá vencer os que querem acabar com o BB”, afirmou Rogério Tavares, funcionário do banco e diretor do Sindicato dos Bancários de BH e Região.