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Ministro Patrus Ananias e o Governador Rui Costa, participam doProsseguindo no lançamento dos Planos Safra da Agricultura Familiar estaduais, estive na quinta, 13 de agosto, em Salvador, São Salvador, capital primaz do Brasil, neste querido estado da Bahia. Que, para quem não sabe, tem muita semelhança com a minha terra, Bocaiúva, no norte de Minas Gerais. Lá, região de características muito semelhantes às do Nordeste, a gente é chamado de baianeiros – metade baiano, metade mineiro. Dupla satisfação: anunciar recursos para a agricultura familiar na Bahia e visitar aquela terra abençoada.

No total, anunciamos a destinação de R$ 2,7 bilhões para agricultura familiar da Bahia (http://www.secom.ba.gov.br/2015/08/127263/Plano-Safra-destina-R-27-bi-para-agricultores-familiares-baianos.html), recursos administrados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, o MDA.

Mas lá estive também para registrar compromissos do governo da presidenta Dilma Rousseff que são, também, grandes desafios para nós: a reforma agrária e a agricultura familiar. Entretanto, antes de falar deles, lembrei a todos que lá estiveram que precisamos olhar para trás e lembrar das conquistas destes últimos 12 anos e meio de governos Lula e Dilma, numa reflexão que me parece oportuna diante dos momentos de enfrentamento que vivemos.

Nestes últimos tempos, quem lê jornal, vê TV, ouve rádio, navega pela internet tem a impressão de que o Brasil está acabando, que nada de bom foi feito no país, que o povo brasileiro é um povo incapaz, menor, passando a ideia de incompetência da brava gente brasileira. E essa não é a realidade do Brasil.

Para termos coragem, para continuarmos enfrentando nossos desafios e construindo novas possibilidades, é preciso que a gente também tenha consciência do que nós já conquistamos. Mais: foram conquistas coletivas, com participação efetiva do povo, das entidades e dos movimentos sociais, das igrejas, das universidades.

Vejam uma dessas mudanças que podemos constatar lá mesmo na Bahia. Antes, seca no Nordeste era uma tragédia. Víamos aquela coisa triste dos retirantes, das vidas secas (Graciliano Ramos) e das vidas severinas (João Cabral de Melo Neto). Gente expulsa pela fome, pela falta de água, pela destruição. Situação que, beirando a necessidade extrema, levava as pessoas a saquearem armazéns para matar a fome.

Cenas tristes que ficaram no passado, felizmente. Mas não sem esforço.

“Para termos coragem,
para continuarmos enfrentando nossos desafios
e construindo novas possibilidades,
é preciso que a gente também tenha consciência
do que nós já conquistamos.”

Hoje, quando enfrentamos um período bravo de seca, de pouca chuva, como esta que já dura quatro anos, não vemos nenhum retirante. Sabem por que? Não foi milagre – e eles existem, graças a Deus -, foi um trabalho de muita dedicação. O Fome Zero, programa lançado pelo presidente Lula, enfrentou o descrédito de muita gente quando foi lançado. Pois, hoje, temos o reconhecimento mundial da FAO, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, que retirou o Brasil do mapa da fome. As Nações Unidas reconheceram que nós zeramos a fome no Brasil.

Temos que ter consciência de que as conquistas destes últimos 12 anos e meio foram muito além do que se fazia antes pelos mais pobres, os mais necessitados, os desvalidos. Senão, vejamos. Entregamos 1,2 milhão de cisternas. Elevamos o Pronaf, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, de R$ 2,3 bilhões na safra 2002-2003 para R$ 28,9 bilhões na safra 2015-2016. Temos o Benefício de Prestação Continuada, o Luz para Todos, o ProUni, as escolas técnicas – vejam, que Lula e Dilma ergueram mais escolas técnicas em seus governos do em toda a história da República -, o Minha Casa Minha Vida, o Mais Médicos.

Foram conquistas importantes, que mudaram e estão mudando a vida da nossa gente mais sofrida, mais necessitada. É importante termos consciência disso, de que nós avançamos.

Mas, se temos conquistas, temos também desafios. Por isso precisamos continuar juntos, como fizemos lá em Salvador ao lado do preclaro governador baiano Rui Costa. Temos que enfrentar esses desafios juntos. Vou destacar dois deles, que são compromissos inarredáveis do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

“É importante termos consciência disso,
de que nós avançamos.”

Espaços de vida

O primeiro é um compromisso que foi afirmado e avalizado pela presidenta Dilma. Um compromisso que ela assumiu com o povo brasileiro. Até o final do mandato da presidenta Dilma, em 2018, vamos assentar todas as famílias hoje acampadas no Brasil. Como se diz no interior, vamos fazer das tripas coração para atingir essa meta. Porque ser humano não foi feito para viver embaixo de lona.

O segundo compromisso, ligado ao primeiro, é o desenvolvimento efetivo da agricultura familiar. Vamos continuar transformando os espaços da agricultura familiar, dos assentamentos, do crédito fundiário em espaços que promovam a vida, a saúde das pessoas, que produzam alimentos em quantidade e qualidade, com alimentação saudável. Queremos transformar esses espaços em espaços de vida.

“Nossos compromissos:
assentar todos os acampados até 2018
e transformar as propriedades dos agricultores familiares
em espaços de vida.”

Para tanto, vou buscar parcerias com outros ministérios: saúde, educação, cultura, esporte, ciência e tecnologia, comunicações. Vamos fazer isso juntos com aqueles que querem contribuir para a segurança alimentar e nutricional do povo brasileiro – em contraponto ao uso abusivo de agrotóxicos e sementes transgênicas que vêm comprometendo a saúde das pessoas. Vamos consolidar o Fome Zero.

Enfim, temos que ter consciência de que, olhando para trás, a gente olha para frente. Temos que ter convicção profunda de que, se já realizamos o que está aí, nós teremos força, capacidade e competência para, juntos, enfrentarmos os novos desafios e continuarmos avançando.