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Boa parte da população brasileira voltou às praças e ruas. Uns diretamente enfrentando os riscos da repressão, os excessos e provocações de manifestantes mais sectários e agressivos. Outros, mais discretos, apoiando nas sacadas e janelas dos prédios; acompanhando solidários pelas informações da internet, do rádio e da TV.

O fato é que as manifestações que vieram crescendo, ganharam repercussão com a violenta repressão do governo do Estado de São Paulo e encontraram um forte momento de afirmação no último dia 17. Multidões nas ruas do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Brasília, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Belém – excessos, provocações e violência de pessoas e grupos a parte – as manifestações, que começaram em torno do aumento das passagens e da qualidade do transporte coletivo, apontam para a deficiência dos nossos serviços públicos: educação, saúde, transporte e segurança.

Há também um sentimento crítico em relação às obras da copa, que, além da qualidade e vagareza, estariam subtraindo os recursos das políticas públicas fundamentais. Cabe aqui o registro de que os estádios reformados para a copa expulsaram os pobres, e mesmo parcelas significativas da classe média, por conta dos preços muito altos.

As conquistas sociais no Brasil nos últimos dez anos foram notáveis e mudaram o país. A rede nacional de proteção e promoção social formadas pelas ações integradas do Bolsa Família, da Assistência Social e da Segurança Alimentar e Nutricional pôs o Brasil num caminho que, esperamos, sem retorno: erradicar definitivamente a fome, a insegurança alimentar e a pobreza.

As ações coordenadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social e combate à Fome encontraram complementaridade nas ações do Ministério do desenvolvimento Agrário através do PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar e Territórios da Cidade. Tivemos o Luz Para Todos, o SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Brasil Sorridente e as Farmácias Populares.

No ensino superior e técnico-profissional de nível médio e superior, os avanços foram extraordinários: os IFETs – Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, o PROUNI, as novas universidades e extensões universitárias. Vieram as obras do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, o Minha Casa, Minha Vida. O povo brasileiro recuperou a autoestima e a confiança no futuro.

Mas, como disseram o Presidente Lula e a Presidenta Dilma em Belo Horizonte, quanto às comemorações dos dez anos do nosso governo: “muito fizemos, mas é preciso olhar para frente e querer mais”. Não podemos rebaixar os nossos sonhos e desejos de uma vida melhor e inclusiva para todos, com um carinho especial para as nossas crianças e jovens.

E aí para o olhar atento e amoroso não é difícil constatar as nossas deficiências: no ensino básico das escolas públicas, desde as creches e ao ensino médio; no transporte; na saúde; e na segurança pública. A maioria das questões referentes está vinculada aos governos estaduais e municipais.

Mas sejamos verdadeiros, não há como dissociar os entes federados em face de determinados desafios: como os metrôs, que muitas vezes dependem de recursos federais e que são essenciais para melhorar o transporte coletivo nas grandes cidades e regiões metropolitanas.

Infelizmente o Ministério das Cidades não se viabilizou de forma a coordenar as políticas urbanas, a exemplo do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome na implantação dos novos direitos referentes à proteção social.

Estive presente também nas manifestações com o tema do combate à corrupção. O Partido dos Trabalhadores nasceu sob o signo da Ética e do compromisso profundo com o interesse público e o bem comum. Não podemos ficar intimidados com essa questão.

No governo do Presidente Lula foi criada a CGU – Controladoria Geral da União, que atua com eficácia e independência. A Polícia federal, sucateada nos seus equipamentos no governo anterior, ganhou efetivas condições de trabalho, bem como o Ministério Público – lembrando que o Presidente Lula sempre escolheu o primeiro nome da lista tríplice.

Um dos problemas mais delicados no enfrentamento da corrupção é a morosidade do Poder Judiciário. Devemos chamar a atenção da opinião pública a respeito dessa questão.

Enfim, a vida é uma sucessão de possibilidades. O meu desejo é usar esse espaço com maior assiduidade – um ou dois textos, em média, por semana – e tratar dos grandes temas do nosso país e do nosso tempo.

Vamos conversar!

Saudações fraternas

Patrus Ananias