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Patrus Ananias

Algumas pessoas afirmam que a violência no campo está sendo provocada pelos movimentos sociais.  Isso não tem nenhuma base nos dados, nos números.
Segundo a Comissão Pastoral da Terra, os campos do Brasil foram palcos de 1.217 conflitos em 2015, com 50 casos de assassinatos. E todos esses assassinatos tiveram trabalhadores e trabalhadoras rurais como vítimas. Os crimes foram praticados contra militantes que agiam pacificamente nos movimentos sociais; contra agricultoras e agricultores familiares. São essas as vítimas da violência praticada por grandes proprietários de terras que dispõem, inclusive, de forças policiais privadas, o que é um assunto que nós precisamos discutir no Brasil.
Estamos assistindo nos campos do Brasil um cenário de violência permanente contra aqueles que estão trabalhando pra ter uma vida mais digna, inclusive produzindo alimentos que garantem a alimentação do povo brasileiro.
Nós sabemos que a agricultura familiar produz em torno de 70% dos alimentos que são consumidos no país. Já os interesses do agronegócio, da grande propriedade, são interesses voltados para o exterior, para o atendimento do mercado externo, mantendo a nossa velha tradição – que vem desde a cana-de-açúcar passando pelo café, pelo algodão – de exportarmos produtos que atendam o mercado externo.
Então é uma questão de vida que nós estamos colocando, defendendo a dignidade dessas pessoas que estão no campo, nos assentamentos, nos espaços da agricultura familiar – trabalhadores e trabalhadoras que são permanentemente ameaçados e agredidos por forças que querem, cada vez mais, ampliar as suas terras e os seus domínios em detrimento dos interesses maiores do país e do bem comum.