“Acho que posso dizer carinhosamente, que Patrus é o nosso menino, é um menino que está sempre junto com a gente, está sempre olhando o que povo precisa, ele escuta a gente, vai para as comunidades. É importante ouvir qual é a demanda, nós é que sabemos e o Patrus sempre teve este carinho com a gente, ele não vem somente quando precisa da gente, quando precisa do voto. Ele sempre discutiu com a gente”, explica Silvana Maria Leal de Assis.
Ex-beneficiária do Programa Bolsa Família, a catadora de material reciclável, Silvana Maria Leal de Assis, 60 anos, iniciou sua luta por moradia e por trabalho há décadas. Conquistou um teto, por meio do Minha Casa, Minha Vida, no Conjunto Habitacional Conquista da União, e foi por meio do trabalho cooperado que ela encontrou o sustento e uma nova família, no grupo de mulheres que iniciava, então, uma jornada pelos seus direitos de trabalhadoras.
Uma das fundadoras da Cooperativa Solidária dos Recicladores e Grupos Produtores do Barreiro e Região (Coopersoli), e a atual vice-presidente, Silvana explica como tudo começou. “Este projeto nasceu de um grupo de mães, algumas ansiosas querendo fazer algo para aumentar a renda, e outras que não tinham com quem deixar os filhos para trabalhar. Eu, Neli e outras mães começamos a juntar PET e ficamos tão empolgadas que pensamos em montar um negócio. Aí percebemos que precisava de muita coisa e procuramos a prefeitura. Para nossa alegria, descobrimos então que a prefeitura estava construindo um galpão no Jatobá IV para cooperativa reciclagem de materiais”.
Com o espaço conquistado, o grupo passou a trabalhar no local e buscou capacitação junto a Associação de Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável de Belo Horizonte (Asmare). “Foram seis cooperados, eles foram, aprenderam e multiplicaram para a gente. Eu trabalhava só meio horário, por causa das filhas pequenas, mas eu tinha a Bolsa Família. Quando comecei a trabalhar, minha renda melhorou e aí passei a oportunidade para outra família”.
Silvana explica que o Bolsa Família permitiu a compra de material escolar e uniformes para as filhas que hoje estão na faculdade. “Um orgulho para mim”.
Hoje, com 18 anos de cooperativa, Silvana está preocupada. “Eu tenho uma trajetória política, conquistei minha casa, a gente construiu uma política diferenciada e este governo que está aí está destruindo tudo. A força está em nós, temos que nos reunir, nos juntar e lutar”, concluiu.
Coopersoli
A cooperativa compõe a Rede Sol – Cooperativa Central Rede Solidária de Trabalhadores de Materiais Recicláveis de Minas Gerais – e a iniciativa contou com o apoio da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, que cedeu o espaço do galpão em regime de “permissão de uso” (Decreto 13.022 de 11 janeiro de 2008) e promoveu parte da capacitação básica em cooperativismo, informática e outros. O Galpão de Triagem de Materiais Recicláveis do Barreiro está funcionando desde agosto de 2003 e incorporou cooperados das comunidades: Vila Corumbiara, Vila Independência, Conjunto Conquista da União e Jatobá IV.